Tínhamos acabado de sair da academia e estávamos voltando para casa, finalzinho de tarde e início da primavera. A respectiva estação faz com que nos deparemos com várias formas, perfumes, sabores, cores e sons. Isso nos mobiliza, aflora nossos sentimentos e percepções. Foi justamente um som específico que atraiu o olhar de meu filho Matheus, o qual imediatamente mudou o trajeto e caminhou em direção à praça, onde nos deparamos com algumas cigarras.
Matheus, desde pequeno, sempre teve um olhar diferenciado pela natureza, e logo observou no tronco de uma árvore, uma cigarra saindo naquele exato momento de sua “casca”, o exoesqueleto duro, que é responsável pela proteção interna do inseto. Mas, ao mesmo tempo em que protege, o exoesqueleto também limita o crescimento da cigarra, pois a mesma cresce e sua casca continua do mesmo tamanho, aí é necessário romper essa casca para que a cigarra desperte para a vida.
Meu filho logo me alertou sobre a beleza daquele momento e ambos registramos em nossas memórias e em nossos celulares esse milagre da natureza. A cigarra estava se desnudando, desapegando-se de sua casca,
permitindo-se florescer para o belo, para o novo, sentindo-se livre para voar, para cantar, encontrar outros caminhos diante a infinidade de possibilidades.
Ela prossegue sem medo do que esta por vir, simplesmente canta e vive intensamente seus instantes aqui na terra. Encantados com o momento, algo acontece, nossas almas se nutrem e saímos da casca, camada por camada, eu e meu filho despertamos o nosso sentir, para ir além do que a rotina convida, continuamos nosso caminho cantando a vida como a bela cigarra.
Gratidão!
Pós-graduada em Neurociências aplicadas a Longevidade – UFRJ
Mestre em Educação Física – UNIMEP
Sócia-Diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba – CLAP
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