Um domingo bonito de sol, acordei e percebi que meu marido não estava mais ao meu lado. Levantei e fui procurá-lo, encontrei-o diante o espelho. Sem perceber a minha presença, iniciou o processo de fazer a barba deixando a pele do rosto bem lisinha. Fiquei ali em silêncio, observando o seu ritual e também os primeiros fios de cabelos brancos, realçados pela luz do sol que entrava pela fresta da janela.
Isso me trouxe a consciência parte do conjunto de símbolos que para mim, representa o ser masculino, e também parte do que representa a passagem do tempo, os fios de cabelos brancos. Em momentos como esse a reflexão se faz presente e percebi que ambos estamos envelhecendo, mas também percebi que há diferenças na maneira como homens e mulheres encaram o envelhecimento.
Temos um Centro de Longevidade e atualmente só temos mulheres, aliás, mais de 100 mulheres. Aí vem a pergunta que não quer calar, por que os maridos não frequentam? Temos algumas alunas viúvas, mas em sua maioria são casadas e os maridos, a maioria também já são aposentados. A resposta de nossas alunas: “ah…o meu marido fica a tarde toda na televisão, e ainda reclama, porque diz que eu não paro mais em casa, mas agora eu tenho coragem de dizer, bom, eu te convidei e é você que não quer ir, mas tchau, eu vou”.
O que algumas pesquisas nos trazem a respeito das diferenças de gênero no processo de envelhecimento é que os homens em geral não gostam e não procuram ajuda médica, a não ser quando acontece algo mais grave, e quando precisam ainda resistem a obedecer aos tratamentos. São mais propensos a fumar, beber em excesso, a engordar, não gostam de seguir uma dieta e também correm mais riscos na vida.
A aparência na velhice masculina não é tão centrada na aparência como é na mulher. A preocupação dos homens está mais relacionado ao papel social, já que querem continuar sendo úteis, ativos, produtivos e provedores. O envelhecimento masculino vem muitas vezes acompanhado pelo medo, vergonha, da mudança de papeis, deixar de ser o protetor, provedor para ser alguém que de repente precisa de cuidados. Aí quando vem a aposentadoria, sentem-se incapazes por sua força de trabalho não ser mais considerada interessante para o mercado de trabalho, com essa nova realidade acabam ficando perdidos, conforme o relato de outra aluna: “nossa, não sei o que fazer com o meu marido em casa, agora que se aposentou, trombamos a todo momento, ele não encontra o espaço dele, parece perdido, aí reclama quando eu saio.”
Muito provavelmente, esse comportamento seja o reflexo de toda uma vida, pautada na figura do homem másculo, forte, provedor, que exercia o poder sobre a família e dominava o espaço público. Entretanto, com o advento da idade e da aposentadoria, esse homem terá que “aprender” a conviver e a interagir no espaço social historicamente reservado à mulher, que é o espaço doméstico e a família.
Talvez, a vergonha, o medo da nova realidade, seja um dos motivos que faz com que os homens sejam mais reservados do que as mulheres na velhice. O que os homens querem agora é ter o aconchego da família e do lar, mas terão que lidar com a resistência e falta de flexibilidade ao lidar com mudanças, criar novos papéis, pois parece perdido, conforme relato acima, em um espaço que nunca lhe foi atribuído.
Quanto as mulheres, ao chegar aos 60 anos, deixam de se preocupar com os padrões estéticos, assumem a própria identidade, e param de se preocupar com o que os outros estão pensando ou dizendo. Quando mais jovens, elas não puderam ser livres, cuidavam da casa, dos filhos, do marido e muitas trabalhando fora. Agora, querem a liberdade para viverem de acordo com suas próprias regras, valorizam muito o tempo que tem, seja estudando, saindo com a família, com as amigas, indo ao cinema, tomando o chá da tarde, enfim, apreciam tudo o que a vida lhe oferecer. Elas também gostam do aconchego da família, mas também gostam de falar muito, dar muita risada, viajar, dançar, cantar.
Por mais que hajam diferenças no envelhecer de homens e mulheres, faz-se necessário que ambos cultivem a autonomia física, psíquica e financeira, valorizando e cultivando a liberdade, dignidade, respeito e sabedoria, para que todos possam envelhecer com muita qualidade de vida, saboreando e celebrando a vida!
E você caro leitor, o que você pode acrescentar em seu dia a dia para iluminar sua vida?
Pós-graduada em Neurociências aplicadas a Longevidade – UFRJ
Pós-graduada em Atividade Física e Qualidade de Vida – UNICAMP
Mestre em Educação Física – UNIMEP
Sócia-Diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba – CLAP
Buda em sua infinita sabedoria nos deixou uma frase de grande ensinamento: “não resida no passado, não sonhe no futuro, concentre sua mente no momento presente” . Essa frase nos deixa claro que o grande problema de perturbação mental é não estar no momento presente, principalmente porque se não estamos no presente significa que não estamos conscientes e consequentemente, ficamos mais vulneráveis às nossas percepções.
O tempo todo nosso cérebro está trabalhando interpretando as informações que recebemos do meio externo (recebidas por nossos órgãos do sentido). No entanto, a interpretação dessas informações pode ser alterada pela nossa parte interna, pelo nosso sistema límbico que coordena nossas emoções. Ou seja, muitas vezes a realidade do evento é modificada pela nossa percepção, muitas vezes inconsciente (onde habitam nossos medos, traumas e inseguranças).
A nossa percepção de um evento, de uma pessoa, ou de um fato, segundo Yongey Rinpoche (2007) pode ser prejudicada em função de três aflições mentais ou “perturbadores”: ignorância, apego e aversão. A ignorância considerada por Cícero (45 a.C) “a maior enfermidade do gênero humano” está relacionada ao nosso desconhecimento, a nossa falta de informação em relação a um evento, uma pessoa ou coisa e, em função dessa nossa ignorância podemos errar em nosso julgamento. Voltando àquela frase inicial de Buda, entendemos que o perigo de sonhar com o futuro, ou sofrer por ele está justamente no fato de não conhecermos esse futuro, pois se ele não aconteceu ainda, é desconhecido, não sendo uma realidade. E é justamente esse um dos maiores sintomas da ansiedade: ficamos em alerta, nos “defendendo” de algo, ou de alguém que na verdade não estamos em contato real.
Outro aspecto citado na frase de Buda trata da questão do apego; uma vez que residir no passado é estar apegado a ele, é estar apegado a pensamentos, a acontecimentos que já tivemos, mas que na realidade já passaram. Muitas vezes ficamos presos a algumas crenças e lembranças porque imaginamos que elas nos protegem da mudança e/ou justificam nossas verdades. Dessa maneira, embora muitas vezes o fator de apego nos faça mal continuamos apegados a ele simplesmente porque ele nos dá a certeza de algo conhecido e com isso não nos permitimos enxergar o real, o presente.
E, a terceira aflição a aversão pode ser caracterizada por uma repulsa, ódio, rancor a uma determinada pessoa, a uma determinada situação e na grande maioria das vezes a aversão surge porque não nos permitimos refletir, avaliar uma pessoa ou uma situação com um sentimento de compaixão ou generosidade. Segundo Yongey Rinpoche (2007) “ cada forte apego gera um medo igualmente poderoso de não conseguirmos o que queremos ou de perdermos tudo o que já conseguimos”.
As aflições mentais fazem parte de nossa vida, principalmente porque somos seres humanos e somos dotados de emoção. No entanto, somos dotados também de algo que nos diferencia de todos os outros animais que é a capacidade de refletir e pensar e, é justamente quando usamos esse privilégio que podemos nos proteger mais das armadilhas colocadas por nossas emoções aprisionadas. São essas emoções passadas, ou futuras que nos impossibilitam de viver no presente, vendam nossos olhos para o real e fecham as portas para o novo.
Não por acaso, muitos pesquisadores entre eles Richard Davidson vem apontando o conceito do saborear (saborear o momento, saborear um abraço, uma música, uma comida) como uma das habilidades mais importantes para a felicidade. O saborear nos permite estar atento e consciente do presente.
Finalizo o texto de hoje com uma das minhas frases favoritas de Jung “ até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chama-lo de destino”
O presente recebe esse nome porque é uma dádiva, viva-o!!!!!
Até a próxima,
Namastê!!!
Se observarmos com atenção, perceberemos que ao nosso redor existem vários heróis anônimos, pessoas que conseguem ser fortes, diferenciadas e nos transmitem algo com suas histórias…
Semana retrasada assisti a um concerto do pianista e mastro João Carlos Martins. É o terceiro que assisto e, pela terceira vez me emociono profundamente, vê- lo tocando ou regendo mexe com minhas emoções, me comove tanto que o enxergo como uma espécie de herói, de mito. Sim, porque para mim, heróis e mitos são pessoas reais com forças “sobrenaturais”, inexplicáveis para transformar tragédias em histórias de aprendizagens para os que os cercam.
São pessoas que se reconstroem diante de um problema, que tiram forças de seu interior e continuam seguindo em frente sem se lamentar ou olhar para trás. E o que esse maestro, orgulhosamente brasileiro, fez foi talvez até mais que isso: transformou momentos trágicos e dolorosos de sua vida em momentos de superação, aprendizados e projetos em prol do outro.
Em sua trajetória, bem resumidamente, ele passou por inúmeras cirurgias em função de um acidente que por ironia do destino afeta seu principal instrumento de trabalho, sua mão, passou depois por um assalto e por problemas de saúde; por várias vezes ouviu dos médicos que sua vida na música tinha acabado. Imagina o que significa para uma pessoa que vive da música com uma carreira internacionalmente reconhecida ouvir que estaria impossibilitado de tocar?
Pois bem agora imagine que essa sentença foi dada a uma pessoa especial, um herói que por mais de uma vez decide não aceita-la mas sim, ressignificá-la…. dá para imaginar a força da motivação e da superação desse homem??? Ele se reinventa, ele aprende a tocar de outras formas, ele se descobre um maestro talentoso, se descobre também caçador de talentos através de seu belíssimo projeto “Fundação Bachiana” que visa oferecer novas possibilidades através da música à jovens de comunidades carentes.
Pela vida de João Carlos Martins podemos observar três atitudes importantes que a ciência tem comprovado estarem diretamente relacionadas a felicidade e a longevidade: propósito de vida (que motiva a seguir em frente), aprendizado constante (que possibilita o brotamento de novas redes neurais) e compaixão/generosidade (através do trabalho ao próximo, o doar-se ao próximo, o colocar-se no lugar do outro).
Com essas atitudes ele segue com eximia maestria encantando a todos no espetáculo da vida, segue olhando para frente abrindo as cortinas da vida para novas possibilidades, permitindo que a sua história sirva de exemplo e inspiração para tantos outros jovens que poderiam se perder na vida ou até mesmo desistir dela.
A vida e obra de João Carlos Martins nos serve de exemplo e ensinamento para que possamos entender que sempre existem novas possibilidades, que sempre devemos seguir em frente regendo nossa vida ainda que os acordes, por vezes, possam estar fora do compasso.
Minha mais profunda admiração e respeito a esse herói brasileiro
Até a próxima,
Namastê
Sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP); mestre em educação física, pós-graduada em neurociência e pós-graduada em psicossomática.
Imagine que dentro de sua cabeça funciona uma usina fantástica, inigualável onde acontecem inúmeras reações químicas, ininterruptamente, para que você possa fazer todas as suas atividades, desde a mais simples como abrir os olhos à mais complexa como resolver um problema de lógica e planejamento necessário em seu trabalho.
Agora, imagine que você é o gerente dessa usina e através de algumas tomadas de decisão você pode melhorar a produtividade dessa usina, através da maior eficiência das partes que compõem essa usina.
Pois bem, dentro da sua cabeça existe mesmo essa “usina” com bilhões de trabalhadores incansáveis chamados neurônios. Para que esses neurônios passem as informações para as estações de trabalho seguintes eles precisam de uns “facilitadores”, os neurotransmissores, figuras imprescindíveis para que os produtos e serviços da usina sejam produzidos. (5)
Assim sendo, neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios para possibilitar o envio de informações para outras células. Uma vez que os neurônios não se tocam, as trocas de informações são realizadas num local específico chamado de fenda sináptica e, é nesse local que os neurotransmissores são fundamentais para possibilitar e melhorar a troca de informações nas sinapses. (1)
São os neurotransmissores também quem estimulam a continuidade de um impulso para um órgão ou músculo. E eles são produzidos conforme a necessidade e conforme o tipo de informação que precisa ser transmitida.
Dessa forma, existem neurotransmissores específicos como acetilcolina. Esse neurotransmissor é encontrado em maior quantidade em nosso organismo e está relacionado aos músculos cardíacos, células motoras e em tarefas de aprendizagem, memória, ou seja, quando exigimos de nossas funções executivas. (1, 3)
Existe também a serotonina, talvez o mais conhecido e falado por ser responsável pelo bom humor, pela satisfação. Ele está envolvido com a sensação de prazer e calma, além de, auxiliar na regularização do sono, apetite e sistema imunológico. Esse neurotransmissor é produzido em grande quantidade quando fazemos atividade física, quando fazemos atividades que nos dão prazer como encontro com amigos, atividades de lazer e sexo. (1,3)
Temos também, a dopamina que é um “parente” muito próximo da adrenalina e noradrenalina com a importante missão inibidora do sistema nervoso central, desempenhando papel fundamental na regulação e controle do movimento, motivação e cognição. Ele nos auxilia nas questões de disposição e energia. (1,2)
A noradrenalina conhecida também como norepinefrina, é uma precursora da adrenalina e é ela quem nos faz ficar alerta, sendo assim essencial para a memória e concentração e, também nossos sistemas vitais. (1, 3)
A endorfina age como um calmante natural, promovendo alívio da sensação de dor, sua produção está relacionada a liberação de dopamina. Muitos processos de dor e dor crônica estão diretamente relacionados a baixa produção desse neurotransmissor, até mesmo influenciado por processos de depressão e ansiedade. (4)
Já deu para perceber que a produção de neurotransmissores tem impacto direto em nossa saúde e em nossa eficiência cognitiva. A questão é, como posso então gerenciar melhor essa usina e melhorar a produção desses cooperadores tão necessários???
Antes de falarmos das dicas, é importante salientar que nosso organismo funciona de uma maneira muito sábia, ele funciona na base da lei da oferta e demanda; ou seja, ele só produz e só aprimora aquilo que ele precisará. Se você vai ficar o dia inteiro assistindo televisão, ou dormindo ele não tem porque melhorar a produção de serotonina, acetilcolina, endorfina etc e, assim como um ciclo vicioso, com a baixa liberação desses e outros neurotransmissores, você vai ficando cada vez mais desanimado, com dificuldade de concentração, memória, baixa motivação e vai comprometendo cada vez mais sua saúde geral e sistema imunológico.
Temos que ter em mente um ditado popular que se encaixa perfeitamente aqui: “máquina que não usa, enferruja”
Vamos então melhorar a produção da sua usina?
ALGUMAS DICAS:
1) Pratique atividade física continuamente isso exigirá que seu cérebro produza mais serotonina, endorfina e acetilcolina, além de fortalecer redes neurais e aprimorar o trabalho de funções executivas
2) Adquira novos aprendizados; a aprendizagem de uma nova língua ou uma técnica nova; isso é importante para que seu cérebro estabeleça novas conexões (neurogênese e sinaptogênese) e, assim aumente a produção de neurotransmissores importantes.
3) Tenha uma alimentação saudável isso interfere na eficiência de seu cérebro e também não desgasta seu organismo com o processamento/digestão de alimentos prejudiciais e pesados
4) Tenha o hábito de rir, conversar e assistir filmes e programas leves que te façam bem, melhorem seu humor e estado de espírito.
5) Adquira o hábito de agradecer as mínimas coisas e, observar as coisas simples da vida, como uma paisagem bonita, um entardecer…
Até a próxima,
Namastê!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1) ANDRADE, et. al. Atuação dos Neurotransmissores na Depressão. UNIPLAC., s.d.
2) BEAR, M; CONNORS, B.; PARADISO, M. “ Neurociências: desvendando o sistema nervoso 2008
3) COELHO, T.D.; MACHADO, F.S.; JOAQUIM, M.A.S. Delirium em Terapia Intensiva: fatores de risco e fisiopatogenia. Revista Portuguesa de Medicina Intensiva, 2011. 18(3).
4) FOSCHINI, D.; PRESTES, J.; CHARRO, M. Relação entre exercício físico, dano muscular e dor muscular de início tardio. Revista Brasileira de Cineantropometria e desempenho humano, 2007. 9(1)
5) LENT, R., “ Cem bilhões de neurônios?.Conceitos fundamentais em neurociências, 2010
O neurocientista Paul Mac Lean apresentou em 1990 a teoria do cérebro trino em que defendeu que nosso cérebro, assim como todas as espécies de seres vivos, passa por uma evolução através de suas estruturas funcionais.
Essa evolução funcional e estrutural, aceita até hoje, impacta também em nosso comportamento e, de acordo com Magaldi Filho (2014), podemos entender nosso cérebro como composto por três “cérebros”: cérebro reptilíneo, cérebro límbico e neocórtex.
Todos os estímulos que recebemos através dos nossos sentidos são interpretados pelo nosso cérebro e, a partir dessa interpretação ele programa uma resposta. A determinação da resposta está diretamente associada à estrutura do cérebro que “captou” esse estímulo.
Dessa maneira, a primeira estrutura a receber o estímulo é o cérebro reptilíneo que corresponde à nossa estrutura mais primitiva, que responde ao nosso sistema neurovegetativo, ou seja, nossos instintos de sobrevivência e impulsos por prazeres e, por se tratar de impulsos podemos perceber a questão do imediatismo ligada a essa estrutura. Segundo Magaldi esse cérebro está relacionado ao belo e é caracterizado como egocêntrico.
Ou seja, quando a resposta a um estímulo é dada somente por essa estrutura ela tende a ser uma reação a uma “necessidade” imediata (impulso) e não passa pelo questionamento da real importância ou da consequência que isso possa ter na vida de outras pessoas. Aqui o indivíduo está muito vulnerável a ceder às tentações.
Já o segundo “cérebro” nomeado de cérebro límbico ou cérebro dos mamíferos inferiores corresponde ao cérebro das emoções. Aqui a resposta dada já é um pouco mais elaborada pois o estímulo chegará em estruturas mais evoluídas ligadas a base do telencéfalo que estão ligadas ao convívio com outras pessoas e, consequentemente, esse cérebro tem características sociocêntricas e relacionadas ao que é bom.
Assim sendo, quando a resposta a um estímulo é dada por esse “cérebro” ela tende a ser uma resposta que foi mais analisada e mais tomada pelo lado emocional/afetivo. Uma resposta que considerou o lado bom da resposta a ser dada e avaliou o impacto que isso tem na vida de outras pessoas e não somente o que seria prazeroso.
A estrutura mais evoluída, o neocórtex (nosso terceiro cérebro) é mais racional dotado de dois hemisférios que trabalham coordenadamente graças ao corpo caloso e, executam atividades aprimoradas de raciocínio, lógica, coordenação, abstração, comunicação e, acima de tudo, reflexão. Aqui busca-se as respostas existenciais da vida, podendo também ter um aspecto de evolução espiritual.
Quando as respostas são dadas porque chegaram a essa estrutura, são ações/atitudes que foram analisadas, refletidas e elaboradas. São respostas que buscaram o aspecto verdadeiro, que buscaram refletir a cerca do que é verdadeiramente importante e que atende a busca por sentido e melhora existencial.
Entender as diferenças dessas estruturas nos permite entender que nossa evolução, enquanto seres humanos, está diretamente relacionada à maneira como respondemos aos estímulos, às tentações e aos problemas que nos chegam. Nos ajuda entender também, que quanto mais fortalecermos nossas funções neocorticais (através de leitura, meditação, atividade física, raciocínio, convívio…) ficamos menos vulneráveis à respostas instintivas uma vez que nos tornamos mais aptos a usar nossas habilidades de reflexão e análise diante das situações. Dessa forma, nos tornamos mais conscientes a cerca de nosso papel frente a nós mesmos, aos nossos semelhantes e ao universo como um todo.
Finalizo o texto de hoje com uma resposta dada por Gandhi quando questionado a cerca do que pode destruir o ser humano: “Política sem princípios, prazer sem compromisso, riqueza sem trabalho, sabedoria sem caráter, negócios sem moral, ciência sem humanidade e oração sem caridade”
Até a próxima,
Namastê!
Sabe aquela tarde de domingo gostosa, garoa fina, friozinho, momento propício para minhas próprias reflexões acerca da passagem do tempo, da chegada da maturidade e das escolhas que priorizo. De repente, uma luz, oba vou rever o filme: “Do jeito que elas querem”. Um filme que nos instiga a refletir sobre a identidade da mulher madura da atualidade, claro, sabendo sim das inúmeras dificuldades que passam muitas mulheres nessa fase da vida, discriminações, preconceitos, mas nesse texto, tenho como objetivo, trazer reflexões para que possamos prosseguir com nossas escolhas mais conscientes, priorizando nossos próprios desejos.
O filme traz a história de quatro protagonistas mulheres, bem sucedidas e uma fiel amizade entre si. No decorrer do enredo, as protagonistas, mulheres acima de 60 anos, percebem a estagnação de suas vidas. Trata-se de uma narrativa sobre redescoberta pessoal. Não gira em torno de homem ou relacionamentos, vai muito além, em descobrir ou redescobrir plena liberdade de escolhas.
Já no finalzinho do filme, há um diálogo entre uma mãe e suas filhas, bastante interessante, que resgato aqui para ilustrar nossa reflexão: “Filha: -Mãe, você deve estar exausta! Você não ficou preocupada que na sua idade você dirigiu sozinha ate aqui? Mãe, você poderia ter matado alguém! Mãe: – eu acho que não é para tanto. Filha: – só o fato de não ficar preocupada já me deixa assustada mãe! Mãe: – Ah…meu Deus…Ah…por favor, parem tá bom! Estou falando sério. […] Eu ainda não desisti da vida. Tem coisas que eu quero explorar, eu tenho esse direito. […] a mãe de vocês está vivendo muito bem, eh, eu sei que estou ficando velha, mas eu ainda estou aprendendo, e uma das maiores lições que aprendi é não ter medo de ser feliz. Eu amo vocês, mas eu não vou ficar aqui.”
Num primeiro momento, as filhas, pensando em “proteger” a mãe, acabam reproduzindo o preconceito que ainda existe em nossa sociedade, “negando” à mãe a possibilidade e capacidade de dirigir sozinha, de ter autonomia de ir e vir, de fazer suas próprias escolhas. E a resposta da mãe, acaba representando a busca por essa nova identidade da mulher madura: não desisitir de viver a vida, estar sempre aprendendo, fazer suas próprias escolhas, não ter medo de ser feliz. É um alerta para todas nós.
Trabalho e tenho desenvolvido pesquisas com pessoas deste segmento etário, e tenho constatado que as mulheres nessa fase da vida, assim como as protagonistas do filme citado, estão empenhadas em criar novas possibilidades e significados para suas vidas como podemos constatar nos discursos de algumas de nossas alunas: “ser mulher nessa fase da vida, significa estar no auge da vida pessoal, significa viver em plena liberdade de escolhas, realizar nossos próprios desejos, nossos próprios sonhos, sem amarras, sem nos importarmos com a idade e com a opinião dos outros, exercendo a capacidade de escolhermos o que é melhor para nós mesmas.”
Podemos observar, que tanto as protagonistas do filme, como nossas alunas, após uma vida sobrecarregada com a criação dos filhos, cuidados com a casa, marido, trabalho, descobriram agora que são donas de seu próprio tempo, não respondem mais as demandas e expectativas dos outros, agora sentem que conquistaram a liberdade de ir e vir, fazer e não fazer, de ser “elas mesmas”, com suas próprias escolhas, sendo protagonistas de suas vidas, valorizando mais suas próprias vontades, entendendo que as descobertas continuam, pois somos todos eternos aprendizes.
E você, cara leitora, é a protagonista de sua própria vida?
Até mais.
Pós-graduada em Neurociências aplicadas a Longevidade – UFRJ
Pós-graduada em Atividade Física e Qualidade de Vida – UNICAMP
Mestre em Educação Física – UNIMEP
Sócia-Diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba – CLAP
Ela está sentada em sua cama, olhando para o nada sem vontade de arrumar-se, comer ou até mesmo olhar-se no espelho. Com muito esforço ela se levanta, escolhe uma roupa escura sem nenhuma alegria ou vida, só faz isso porque sua neta, seu filho e suas irmãs estão chegando para almoçar com ela. Como as coisas mudaram, há um tempo esse dia seria tão esperado, tão celebrado… mas algo está diferente, até as coisas mais amadas são agora um tormento, um peso……..
Alguma vez você já se sentiu sem vida, sem vontade de sair de casa, sem vontade de conversar, sem vontade de se arrumar…?? Entraremos aqui no sombrio e avassalador universo da depressão e, depois passaremos algumas dicas para ajudar no caminho de volta.
A depressão, um estado de tristeza profunda, desinteresse pela vida e falta de motivação têm aumentado, consideravelmente, o número de suas vitimas. Estima-se que nas próximas duas décadas a depressão será a maior causa de afastamento do trabalho segundo a Organização Mundial da Saúde.
Suas vítimas são mais suscetíveis à vulnerabilidade cardiovascular e mental. Somado a isso, existe a diminuição das respostas pró-inflamatórias (afetando o sistema imunológico) e, diminuição da produção dos neurotransmissores serotonina e endorfina. Esses fatores, associados, deixam as vítimas mais propensas a dores variadas, baixa motivação e funcionalidade comprometida.
O enfraquecimento funcional e o comprometimento da saúde mental e física dos indivíduos, leva-os a um quadro de apatia, que interfere em seus hábitos alimentares, rotina diária e convívio social, podendo ser um sério risco a vida.
Como evitar que sua vida tome esse rumo? Como manter-se eficaz, motivado e comprometido com a vida e seus prazeres?
Existem algumas tomadas de atitude que podem são significativas para a prevenção dessa doença e outras síndromes. Entre essas atitudes temos o fortalecimento das funções executivas, prática atividade física, prática de meditação, valorização da vida.
Bibliografia de apoio:
AMTUL, Z.; ARENA, A.; HIRJEE, H.; KHAN, Z.; MALDENIYA, P.; NEWMAN, R.; BURHAN, A.; WETMORE, S.; VASUDEV, A. A randomized controlled longitudinal naturalistic trial testing the effects of automatic self transcending meditation on heart rate variability in late life depression: study protocol. Bio Med Central Complementary e Alternative Medicine. v.14, 2014.
ANDREWS, P.; THOMSON, Jr. As faces da depressão. Revista Mente e cérebro. N. 40, 2013
OLEX, S.; NEWBERG, A.; FIGUEREDO, V. Meditation: Should a cardiologist care. International Journal of Cardiology. V.168, p. 1805-1810, 2013.
Já parou para pensar em todas as tentações que te desafiam diariamente? Já percebeu que em alguns momentos você é mais forte para resistir à elas e, em outros nem tanto? Essas tentações podem vir das mais variadas formas e, uma delas, são os vícios que tem a característica de gerar uma alteração física, funcional ou emocional.
Uma das muitas definições para vício nos dicionários online diz se tratar de uma dependência física e/ou psicológica que faz com que alguém busque o consumo excessivo de algo.
Partindo dessa definição, passamos a entender que todos nós somos tentados e, muitas vezes vencidos, por algum tipo de vício, seja ele uma substância a ser ingerida (doces, bebidas, comida, drogas…), seja uma coisa ou comportamento (redes sociais, jogo, consumismo, sexo, roubo, roer unha…)
Esses “agentes viciantes” fazem parte de nossas vidas, por um único motivo: eles dão a sensação de prazer, ainda que momentaneamente; basta usarmos como exemplo o uso excessivo de redes sociais na atualidade, que vem levando pessoas a viverem num mundo paralelo; ou o preocupante aumento do consumo de bebidas e remédios em nossa sociedade.
De uma maneira muito simplificada, a sensação de prazer ativa no cérebro o sistema de recompensa, onde uma estrutura chamada núcleo accumbens aciona nossas vias dopaminérgicas. Ou seja, quando temos a sensação de prazer temos a liberação de dopamina, um neurotransmissor muito envolvido no controle dos movimentos, humor, aprendizado, concentração, emoção.
Essas vias dopaminérgicas acionadas por esse núcleo são consideradas mesolímbicas, sugerindo que existe uma forte relação com nosso sistema límbico, nosso grande sistema das emoções. Mais que isso, sugere que existe um trabalho coordenado entre a dopamina e a serotonina.
Assim sendo, quando estamos emocionalmente mais vulneráveis, mais frustrados significa que estamos com baixos níveis de serotonina (principal neurotransmissor do bem-estar, da alegria) e estamos mais propensos a nos “consolar/alegrar” aumentando a dopamina através de algum agente que nos dê sensação de prazer. Esse agente pode ser a comida, o celular, bebida, drogas etc… Se não tivermos a consciência desse falso poder de consolo desses agentes, ficamos seus reféns.
De acordo com Castro (2004) “a inundação dopaminérgica transforma o prazer em dependência, o desejo em compulsão para a repetição, o pensamento em impulso, o tempo no instante da saciedade e na eternidade da falta, o sofrimento em dor intolerável…”
Problemas nos níveis de serotonina estão tão relacionados com os circuitos de recompensa que os neurocientistas Bear, Connors e Paradiso (2010) comentam, inclusive, que um dos principais fatores para os distúrbios alimentares estão justamente na anormalidade da regulação da serotonina.
Dentro desse contexto, as melhores maneiras de diminuir nossa vulnerabilidade emocional e, consequentemente, aumentar nossa capacidade para resistir às tentações são: fortalecendo nosso córtex pré frontal (nosso centro executivo responsável pelo raciocínio, planejamento e controle de nossos impulsos); e aumentando a liberação de serotonina que contribuirá para nossa melhora de humor e sentimento de bem-estar.
Inúmeras pesquisas tem comprovado que a prática regular de atividade física, a meditação, estimulação cognitiva constante e convívio pessoal são muito eficazes para nos ajudar a resistir às tentações.
Nossa vida se baseia em inúmeras reações químicas que acontecem o tempo todo dentro e fora de nossa cabeça. A captação e liberação de elementos que gerem reações positivas e benéficas para você está muito mais a seu alcance do que você imagina. Depende de conscientização e tomadas de atitudes. Mexa-se!
Até a próxima, namastê!
sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP); mestre em educação física, pós-graduada em neurociência aplicada à longevidade e pós-graduada em psicossomática
A mitologia com suas lendas e mitos, deuses e monstros nos ajuda entender aspectos de nossa história e de nossos comportamentos. Pois bem, segundo vários pesquisadores de mitologia, entre eles Sears, Aguiar e Bulfinch, havia um cão de três cabeças chamado Cérbero que ficava na “porta” do submundo para vigiar a entrada. No entanto, Cérbero tinha uma característica interessante: era extremamente gentil, envolvente para conquistar as pessoas ou os mortos para entrarem no inferno, porém, implacável e extremamente feroz com os que tentavam sair.
Assim como várias outras lendas mitológicas, a história de Cérbero e do submundo reinado por Hades que era irmão do soberano Zeus (deus do céu) e Poseidon (deus dos mares) nos traz um aprendizado importante. Cérbero pode representar as tentações, as más influências que precisamos enfrentar todos os dias. Elas se apresentam de maneira sedutora e convincente, nos atentam principalmente, quando estamos no nosso submundo interno. Quando não estamos muito bem, não estamos muito conscientes as más influências e as tentações se parecem tão boas, tão necessárias e inofensivas. No entanto, uma vez que nos rendemos à elas, ou nos deixamos levar pelo caminho mais fácil poderemos ter grandes dificuldades para sair de seus domínios.
O inferno, por sua vez, pode representar uma parte de nós. Sim, todos nós possuímos nosso próprio inferno, nossa parte mais “sombria” onde guardamos nossas culpas, nossos medos, nossas inseguranças, nossas mágoas. Se não percebermos os cães sedutores, os cérberos, que nos levam para baixo, podemos ficar presos e escravos dessa parte mais “fraca” de nós.
Waldemar Magaldi em seu livro “Dinheiro, Saúde e Sagrado” comenta que na busca por nosso sentido existencial temos que enfrentar continua e conscientemente as três cabeças de Cérbero através dos embates das polaridades. Essas polaridades estão presentes em nossa vida a partir do momento que acordamos quando precisamos decidir entre o levantar e iniciar nossas atividades de maneira ativa ou nos render a preguiça de ficar mais um pouco na cama; está presente nas inúmeras vezes que precisamos decidir entre fazer o que é certo ou o que é mais fácil; entre ser bom ou ser mal; entre agir por instinto ou pela razão etc..
Curiosamente na mitologia a derrota mais famosa do cão Cérbero se deu com o herói Hércules. Segundo a lenda, o Herói estava em uma longa e exaustiva luta com o cão quando um “buraco” foi aberto acima do submundo com a ajuda de Atenas (deusa da sabedoria) permitindo que Hércules o trouxesse para a luz. O cão como sempre vivera na escuridão foi “atordoado” pela luz e Hércules pode vencê-lo.
Essa grande luta entre Hércules e Cérbero nos mostra que o grande cão pode ser vencido através da sabedoria, pode ser vencido a partir do momento que saímos de nosso submundo e vamos para luz, para nossa tomada de consciência a cerca das artimanhas utilizadas pelo monstro para nos seduzir e aprisionar. Coincidentemente, o que mais precisamos usar para nos manter mais protegidos dessas tentações, mais cientes de nossas reais necessidades e perigos é justamente o cérebro.
É justamente através do fortalecimento de nossa área executiva cerebral que conseguimos diminuir nossa vulnerabilidade emocional, melhorando nossa auto gestão e nos afastando das amarras de nosso submundo.
Finalizo o texto de hoje com uma frase de Jung que eu gosto muito “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chama-lo de destino”
Até a próxima,
Namastê!
Quando criança, eu e meus primos, recebíamos um presente especial de meus tios que moravam em São Paulo, papéis de seda coloridos e varetas para que pudéssemos passar horas de plena felicidade, criando e confeccionando nossas próprias pipas de cores variadas, rabiolas coloridas, esvoaçantes.
Quando terminávamos, cada um dos primos, colocava sua pipa encantada para alçar voos cada vez mais ousados, colorindo o lindo céu azul. Às vezes eu ficava com medo, pois a pipa estava tão alta que eu tinha a sensação que talvez ela pudesse me puxar para o céu, para o voo triunfante. Era um sentimento estranho, entre o desejo de voar com a pipa, associado ao medo de tirar os pés do chão.
Ao ler o livro de Tara Mohr, Ouse crescer, deparei-me com um ensinamento que ampliou a minha compreensão do medo e fez-me entender o medo sentido outrora, ao empinar a minha própria pipa. A respectiva autora cita o rabino Lew ao explicar que a Torá, livro sagrado dos Judeus, apresenta duas palavras diferentes para designar o medo.
A primeira diz respeito a palavra pachad, a qual está relacionada ao medo das coisas projetadas, imaginadas, como por exemplo, o medo de fantasmas, de o avião cair, de falar em público, de perder um ente querido. Pachad é um medo irracional e exagerado, fruto da ansiedade ao que “poderia” acontecer, o medo oriundo da imaginação. Está relacionado ao tipo de medo que tentamos vencer.
O segundo termo, é o yirah, relacionado ao sentimento que nos domina quando habitamos um lugar diferente, maior do que aquele que estamos acostumados, quando somos tomados por uma energia maior, quando podemos nos conscientizar de que essa sensação significa que estamos conectados com o divino dentro de nós.
Como perceber a diferença entre pachad e yirah? Tara Mohr nos alerta que tanto um, como o outro, provocam um sentimento de alerta, descarga de adrenalina e algum nervosismo, pois saímos da nossa zona de conforto. A mesma prossegue nos apresentando maneiras sutis de saber qual deles estamos sentindo. O pachad é o medo acompanhado por uma sensação física de tensão e contração, a mente se concentra num possível resultado futuro, o que pode atrapalhar a clareza do que realmente está acontecendo no agora.
O yirah, por sua vez, traz ao corpo uma sensação de espaço e fluidez, costuma ser uma resposta do que está acontecendo no agora, muito embora, também possa se manifestar quando você contempla e imagina os passos dados para a realização de seus sonhos.
Retornando à memória sobre o voo de minha pipa colorida, talvez o desejo de voar com a pipa e o medo de tirar os pés do chão nos remeta ao yirah, o medo de ousarmos e seguir os nossos sonhos e quem sabe alcançar as estrelas e brilhar, corroborando com o alerta de Marianne Williamson, “nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais amedronta.”
Pois bem, a nossa criança interior conectada com a essência divina nos alerta, a pipa foi sonhada e projetada antes na minha mente de criança, para que pudesse se concretizar e assim cumprir sua missão, alçar voo, colorir o céu, alegrar a criança que lhe deu vida, asas e rabiolas para voar
Como ousar, como seguir em frente, como voar com liberdade, autonomia e leveza e como a pipa colorida, dançar pelo azul do céu, colorindo-o com sua graça e beleza?
Procurando vivenciar o yirah, habitar um lugar pleno, maior e com mais energia do que estamos acostumados, o nosso lugar sagrado, com vitalidade e paixão para que possamos acessar quando perseguirmos nossos sonhos autênticos e assim colorir o mais alto possível o céu!
Mestre em Educação Física – UNIMEP
Pós Graduada em Neurociências aplicada à Longevidade – UFRJ
Sócia Diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba – CLAP.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MOHR, Tara. Ouse crescer. Tradução: Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.
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