NOSSO CÉREBRO TRINO

NOSSO CÉREBRO TRINO

NOSSO CÉREBRO TRINO

O neurocientista Paul Mac Lean apresentou em 1990 a teoria do cérebro trino em que defendeu que nosso cérebro, assim como todas as espécies de seres vivos, passa por uma evolução através de suas estruturas funcionais.

Essa evolução funcional e estrutural, aceita até hoje, impacta também em nosso comportamento e, de acordo com Magaldi Filho (2014), podemos entender nosso cérebro como composto por três “cérebros”: cérebro reptilíneo, cérebro límbico e neocórtex.

Todos os estímulos que recebemos através dos nossos sentidos são interpretados pelo nosso cérebro e, a partir dessa interpretação ele programa uma resposta. A determinação da resposta está diretamente associada à estrutura do cérebro que “captou” esse estímulo.

Dessa maneira, a primeira estrutura a receber o estímulo é o cérebro reptilíneo que corresponde à nossa estrutura mais primitiva, que responde ao nosso sistema neurovegetativo, ou seja, nossos instintos de sobrevivência e impulsos  por prazeres e, por se tratar de impulsos podemos perceber a questão do imediatismo ligada a essa estrutura. Segundo Magaldi esse cérebro está relacionado ao belo e é caracterizado como egocêntrico.

 

 

Ou seja, quando a resposta a um estímulo é dada somente por essa estrutura ela tende a ser uma reação a uma “necessidade” imediata (impulso) e não passa pelo questionamento da real importância ou da consequência que isso possa ter na vida de outras pessoas. Aqui o indivíduo está muito vulnerável a ceder às tentações.

Já o segundo “cérebro” nomeado de cérebro límbico ou cérebro dos mamíferos inferiores corresponde ao cérebro das emoções. Aqui a resposta dada já é um pouco mais elaborada pois o estímulo chegará em  estruturas mais evoluídas  ligadas a base do telencéfalo que estão ligadas ao convívio com outras pessoas e, consequentemente, esse cérebro tem características sociocêntricas e relacionadas ao que é bom.

Assim sendo, quando a resposta a um estímulo é dada por esse “cérebro” ela tende a ser uma resposta que foi mais analisada e mais tomada pelo lado emocional/afetivo. Uma resposta que considerou o lado bom da resposta a ser dada e avaliou o impacto que isso tem na vida de outras pessoas e não somente o que seria prazeroso.

A estrutura mais evoluída, o  neocórtex (nosso terceiro cérebro) é mais racional dotado de dois hemisférios que trabalham coordenadamente graças ao corpo caloso e, executam atividades aprimoradas de raciocínio, lógica, coordenação, abstração, comunicação e, acima de tudo, reflexão. Aqui busca-se as respostas existenciais da vida, podendo também ter um aspecto de evolução espiritual.

Quando as respostas são dadas porque chegaram a essa estrutura, são ações/atitudes que foram analisadas, refletidas e elaboradas. São respostas que buscaram o aspecto verdadeiro, que buscaram refletir a cerca do que é verdadeiramente importante e que atende a busca por sentido e melhora existencial.

Entender as diferenças dessas estruturas nos permite entender que nossa evolução, enquanto seres humanos, está diretamente relacionada à maneira como respondemos aos estímulos, às tentações e aos problemas que nos chegam. Nos ajuda entender também, que quanto mais fortalecermos nossas funções neocorticais (através de leitura, meditação, atividade física, raciocínio, convívio…) ficamos menos vulneráveis à respostas instintivas uma vez que nos tornamos mais aptos a usar nossas habilidades de reflexão e análise diante das situações. Dessa forma, nos tornamos mais conscientes a cerca de nosso papel frente a nós mesmos, aos nossos semelhantes e ao universo como um todo.

Finalizo o texto de hoje com uma resposta dada por Gandhi quando questionado a cerca do que pode destruir o ser humano: “Política sem princípios, prazer sem compromisso, riqueza sem trabalho, sabedoria sem caráter, negócios sem moral, ciência sem humanidade e oração sem caridade”

Até a próxima,

Namastê!

Ms. Alessandra Cerri;

Sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP); mestre em educação física, pós-graduada em neurociência e pós-graduanda em psicossomática.

 

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