Neurotransmissores: imprescindíveis para sua saúde

Neurotransmissores: imprescindíveis para sua saúde

Neurotransmissores:

Imprescindíveis para sua saúde

Imagine que dentro de sua cabeça funciona uma usina fantástica, inigualável onde acontecem inúmeras reações químicas, ininterruptamente, para que você possa fazer todas as suas atividades, desde a mais simples como abrir os olhos à mais complexa como resolver um problema de lógica e planejamento necessário em seu trabalho.

Agora, imagine que você é o gerente dessa usina e através de algumas tomadas de decisão você pode melhorar a produtividade dessa usina, através da maior eficiência das partes que compõem essa usina.

Pois bem, dentro da sua cabeça existe mesmo essa “usina” com bilhões de trabalhadores incansáveis chamados neurônios. Para que esses neurônios passem as informações para as estações de trabalho seguintes eles precisam de uns “facilitadores”, os neurotransmissores, figuras imprescindíveis para que os produtos e serviços da usina sejam produzidos. (5)

Assim sendo, neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios para possibilitar o envio de informações para outras células. Uma vez que os neurônios não se tocam, as trocas de informações são realizadas num local específico chamado de fenda sináptica e, é nesse local que os neurotransmissores são fundamentais para possibilitar e melhorar a troca de informações nas sinapses. (1)

São os neurotransmissores também quem estimulam a continuidade de um impulso para um órgão ou músculo. E eles são produzidos conforme a necessidade e conforme o tipo de informação que precisa ser transmitida.

Dessa forma, existem neurotransmissores específicos como acetilcolina. Esse neurotransmissor é encontrado em maior quantidade em nosso organismo e está relacionado aos músculos cardíacos, células motoras e em tarefas de aprendizagem, memória, ou seja, quando exigimos de nossas funções executivas. (1, 3)

Existe também a serotonina, talvez o mais conhecido e falado por ser responsável pelo bom humor, pela satisfação. Ele está envolvido com a sensação de prazer e calma, além de, auxiliar na regularização do sono, apetite e sistema imunológico. Esse neurotransmissor é produzido em grande quantidade quando fazemos atividade física, quando fazemos atividades que nos dão prazer como encontro com amigos, atividades de lazer e sexo.   (1,3)

Temos também, a dopamina que é um “parente” muito próximo da adrenalina e noradrenalina com a importante missão inibidora do sistema nervoso central, desempenhando papel fundamental na regulação e controle do movimento, motivação e cognição. Ele nos auxilia nas questões de disposição e energia. (1,2)

A noradrenalina conhecida também como norepinefrina, é uma precursora da adrenalina e é ela quem nos faz ficar alerta, sendo assim essencial para a memória e concentração e, também nossos sistemas vitais. (1, 3)

 A endorfina age como um calmante natural, promovendo alívio da sensação de dor, sua produção está relacionada a liberação de dopamina. Muitos processos de dor e dor crônica estão diretamente relacionados a baixa produção desse neurotransmissor, até mesmo influenciado por processos de depressão e ansiedade. (4)

Já deu para perceber que a produção de neurotransmissores tem impacto direto em nossa saúde e em nossa eficiência cognitiva. A questão é, como posso então gerenciar melhor essa usina e melhorar a produção desses cooperadores tão necessários???

Antes de falarmos das dicas, é importante salientar que nosso organismo funciona de uma maneira muito sábia, ele funciona na base da lei da oferta e demanda; ou seja, ele só produz e só aprimora aquilo que ele precisará. Se você vai ficar o dia inteiro assistindo televisão, ou dormindo ele não tem porque melhorar a produção de serotonina, acetilcolina, endorfina etc e, assim como um ciclo vicioso, com a baixa liberação desses e outros neurotransmissores, você vai ficando cada vez mais desanimado, com dificuldade de concentração, memória, baixa motivação e vai comprometendo cada vez mais sua saúde geral e sistema imunológico.

Temos que ter em mente um ditado popular que se encaixa perfeitamente aqui: “máquina que não usa, enferruja”

Vamos então melhorar a produção da sua usina?

ALGUMAS DICAS:

1) Pratique atividade física continuamente isso exigirá que seu cérebro produza mais serotonina, endorfina e acetilcolina, além de fortalecer redes neurais e aprimorar o trabalho de funções executivas

2) Adquira novos aprendizados; a aprendizagem de uma nova língua ou uma técnica nova; isso é importante para que seu cérebro estabeleça novas conexões (neurogênese e sinaptogênese) e, assim aumente a produção de neurotransmissores importantes.

3) Tenha uma alimentação saudável isso interfere na eficiência de seu cérebro e também não desgasta seu organismo com o processamento/digestão de alimentos prejudiciais e pesados

4) Tenha o hábito de rir, conversar e assistir filmes e programas leves que te façam bem, melhorem seu humor e estado de espírito.

5) Adquira o hábito de agradecer as mínimas coisas  e,  observar as coisas simples da vida, como uma paisagem bonita, um entardecer…

Até a próxima,

Namastê!

Ms. Alessandra Cerri; sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP); mestre em educação física, pós-graduada em neurociência e pós-graduanda em psicossomática.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) ANDRADE, et. al. Atuação dos Neurotransmissores na Depressão.  UNIPLAC., s.d.

2) BEAR, M; CONNORS, B.; PARADISO, M. “ Neurociências: desvendando o sistema nervoso 2008

3) COELHO, T.D.; MACHADO, F.S.; JOAQUIM, M.A.S.  Delirium em Terapia Intensiva: fatores de risco e fisiopatogenia.  Revista Portuguesa de Medicina Intensiva, 2011. 18(3).

4) FOSCHINI, D.; PRESTES, J.; CHARRO, M.  Relação entre exercício físico, dano muscular e dor muscular de início tardio.  Revista Brasileira de Cineantropometria e desempenho humano, 2007. 9(1)

5) LENT, R., “ Cem bilhões de neurônios?.Conceitos fundamentais em neurociências, 2010

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