Se observarmos com atenção, perceberemos que ao nosso redor existem vários heróis anônimos, pessoas que conseguem ser fortes, diferenciadas e nos transmitem algo com suas histórias…
Semana retrasada assisti a um concerto do pianista e mastro João Carlos Martins. É o terceiro que assisto e, pela terceira vez me emociono profundamente, vê- lo tocando ou regendo mexe com minhas emoções, me comove tanto que o enxergo como uma espécie de herói, de mito. Sim, porque para mim, heróis e mitos são pessoas reais com forças “sobrenaturais”, inexplicáveis para transformar tragédias em histórias de aprendizagens para os que os cercam.
São pessoas que se reconstroem diante de um problema, que tiram forças de seu interior e continuam seguindo em frente sem se lamentar ou olhar para trás. E o que esse maestro, orgulhosamente brasileiro, fez foi talvez até mais que isso: transformou momentos trágicos e dolorosos de sua vida em momentos de superação, aprendizados e projetos em prol do outro.
Em sua trajetória, bem resumidamente, ele passou por inúmeras cirurgias em função de um acidente que por ironia do destino afeta seu principal instrumento de trabalho, sua mão, passou depois por um assalto e por problemas de saúde; por várias vezes ouviu dos médicos que sua vida na música tinha acabado. Imagina o que significa para uma pessoa que vive da música com uma carreira internacionalmente reconhecida ouvir que estaria impossibilitado de tocar?
Pois bem agora imagine que essa sentença foi dada a uma pessoa especial, um herói que por mais de uma vez decide não aceita-la mas sim, ressignificá-la…. dá para imaginar a força da motivação e da superação desse homem??? Ele se reinventa, ele aprende a tocar de outras formas, ele se descobre um maestro talentoso, se descobre também caçador de talentos através de seu belíssimo projeto “Fundação Bachiana” que visa oferecer novas possibilidades através da música à jovens de comunidades carentes.
Pela vida de João Carlos Martins podemos observar três atitudes importantes que a ciência tem comprovado estarem diretamente relacionadas a felicidade e a longevidade: propósito de vida (que motiva a seguir em frente), aprendizado constante (que possibilita o brotamento de novas redes neurais) e compaixão/generosidade (através do trabalho ao próximo, o doar-se ao próximo, o colocar-se no lugar do outro).
Com essas atitudes ele segue com eximia maestria encantando a todos no espetáculo da vida, segue olhando para frente abrindo as cortinas da vida para novas possibilidades, permitindo que a sua história sirva de exemplo e inspiração para tantos outros jovens que poderiam se perder na vida ou até mesmo desistir dela.
A vida e obra de João Carlos Martins nos serve de exemplo e ensinamento para que possamos entender que sempre existem novas possibilidades, que sempre devemos seguir em frente regendo nossa vida ainda que os acordes, por vezes, possam estar fora do compasso.
Minha mais profunda admiração e respeito a esse herói brasileiro
Até a próxima,
Namastê
Sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP); mestre em educação física, pós-graduada em neurociência e pós-graduada em psicossomática.
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