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VÍCIOS QUE NOS DESAFIAM DIARIAMENTE       

VÍCIOS QUE NOS DESAFIAM DIARIAMENTE                 

Já parou para pensar em todas as tentações que te desafiam diariamente? Já percebeu que em alguns momentos você é mais forte para resistir à elas e, em outros nem tanto? Essas tentações podem vir das mais variadas formas e, uma delas, são os vícios que tem a característica de gerar uma alteração física, funcional ou emocional.

Uma das muitas definições para vício nos dicionários online diz se tratar de uma dependência física e/ou psicológica que faz com que alguém busque o consumo excessivo de algo.

 

Partindo dessa definição, passamos a entender que todos nós somos tentados e, muitas vezes vencidos, por algum tipo de vício, seja ele uma substância a ser ingerida (doces, bebidas, comida, drogas…), seja uma coisa ou comportamento (redes sociais, jogo, consumismo, sexo, roubo, roer unha…)

Esses “agentes viciantes” fazem parte de nossas vidas, por um único motivo: eles dão a sensação de prazer, ainda que momentaneamente; basta usarmos como exemplo o uso excessivo de redes sociais na atualidade, que vem levando pessoas a viverem num mundo paralelo; ou o preocupante aumento do consumo de bebidas e remédios em nossa sociedade.

De uma maneira muito simplificada, a sensação de prazer ativa no cérebro o sistema de recompensa, onde uma estrutura chamada núcleo accumbens aciona nossas vias dopaminérgicas. Ou seja, quando temos a sensação de prazer temos a liberação de dopamina, um neurotransmissor muito envolvido no controle dos movimentos, humor, aprendizado, concentração, emoção.

Essas vias dopaminérgicas acionadas por esse núcleo são consideradas  mesolímbicas, sugerindo que existe uma forte relação com nosso sistema límbico, nosso grande sistema das emoções. Mais que isso, sugere que existe um trabalho coordenado entre a dopamina e a serotonina.

Assim sendo, quando estamos emocionalmente mais vulneráveis, mais frustrados significa que estamos com baixos níveis de serotonina (principal neurotransmissor do bem-estar, da alegria) e estamos mais propensos a nos “consolar/alegrar”  aumentando a dopamina através de algum agente que nos dê sensação de prazer. Esse agente pode ser a comida, o celular, bebida, drogas etc… Se não tivermos a consciência desse falso poder de consolo desses agentes, ficamos seus reféns.

De acordo com Castro (2004) “a inundação dopaminérgica transforma o prazer em dependência, o desejo em compulsão para a repetição, o pensamento em impulso, o tempo no instante da saciedade e na eternidade da falta, o sofrimento em dor intolerável…”

Problemas nos níveis de serotonina estão tão relacionados com os circuitos de recompensa que os neurocientistas Bear, Connors e Paradiso (2010) comentam, inclusive, que um dos principais fatores para os distúrbios alimentares estão justamente na anormalidade da regulação da serotonina.

Dentro desse contexto, as melhores maneiras de diminuir nossa vulnerabilidade emocional e, consequentemente, aumentar nossa capacidade para resistir às tentações são: fortalecendo nosso córtex pré frontal (nosso centro executivo responsável pelo raciocínio, planejamento e controle de nossos impulsos);  e aumentando a liberação de serotonina que contribuirá para nossa melhora de humor e sentimento de bem-estar.

Inúmeras pesquisas tem comprovado que a prática regular de atividade física, a meditação, estimulação cognitiva constante e convívio pessoal são muito eficazes para nos ajudar a resistir às tentações.

Nossa vida se baseia em inúmeras reações químicas que acontecem o tempo todo dentro e fora de nossa cabeça. A captação e liberação de elementos que gerem reações positivas e benéficas para você está muito mais a seu alcance do que você imagina. Depende de conscientização e tomadas de atitudes.   Mexa-se!

Até a próxima, namastê!

 

Ms. Alessandra Cerri;

sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP); mestre em educação física, pós-graduada em neurociência aplicada à longevidade e pós-graduada em psicossomática

UM POUCO MENOS DE “EU”

UM POUCO MENOS DE “EU”

 

A história passou por vários momentos diferenciados que influenciaram e, ainda influenciam muito o modo de vida da sociedade atual. Costumo dizer em minhas aulas, que temos que conhecer e aprender com o passado para que possamos caminhar para frente melhor e com menos erros.

Na Idade Média difundiu-se o teocentrismo onde Deus era o centro de tudo e, “teoricamente”, os princípios que norteavam os seres humanos eram os da humildade, respeito e abnegação frente à grandiosidade e as vontades de Deus.

Com o passar do tempo, com o renascimento (sec XVII e XVIII)  o ser humano abre sua mente, racionaliza as barreiras do conhecimento, aprimora as ciências e, na dita evolução aparecem figuras importantes como  Rene Descartes que através do cartesianismo pregam o racionalismo, diminuindo assim o valor da alma e dos sentimentos.

Dentro desse contexto, passa a ser valorizado o antropocentrismo, onde o homem passa a ser o centro de tudo. Nessa ótica, todo o resto: coisas, outros seres e a própria natureza estão à serviço desse ser humano, detentor do conhecimento e controle.

Embora seja inegável o grande avanço das ciências, das artes e do próprio ser humano vendo a sociedade hoje com egos tão inflados e voltados para o eu egocêntrico, consumista e exteriorizado, percebemos que talvez esse antropocentrismo esteja subindo demais à cabeça.

 

Talvez o impacto das ideias do antropocentrismo, atualmente, esteja fazendo com que o ser humano foque suas atitudes no ter e supervalorize os “autos” da vida (auto suficiente, auto realizado, auto controle, auto eficiente etc) confundindo-se com  deuses, senhores do universo desejosos de controlar tudo e à todos.

Estamos adoecendo e, não por acaso, autores como  Regina Margis e  Antônio Dias, apontam que as pessoas de personalidade tipo A são mais suscetíveis à doenças cardíacas, e não coincidentemente, essas doenças são as que mais matam nos dias de hoje.

Pessoas com esse tipo de personalidade, segundo esses autores são ambiciosas, controladoras, competitivas, impacientes, hiperativas, investem muito na profissão, são auto disciplinadas, super exigentes e parecem estar constantemente prontas para o combate, prontas para superação desgastando-se emocional e fisicamente.

Claro que precisamos nos desenvolver, precisamos dos “autos” (auto realização, auto eficácia, auto afirmação, auto estima etc) mas não podemos nos desconectar do divino contido em cada ação nossa. Precisamos nos conectar ao sagrado através do reconhecimento do valor do próximo, através da necessidade de cuidar da natureza, através do reconhecimento de nossa pequenez diante do universo. Precisamos exercitar nossa espiritualidade.

O renomado psiquiatra e psicoterapeuta Dr. Ajax Salvador, num de seus excelentes textos sobre o adoecimento da sociedade coloca que “a noção da unidade sustenta-se agora não mais em Deus, mas na forma do eu (transcendental). Não por acaso os atributos que anteriormente eram atributos exclusivos da divindade passam a ser qualidades do “Eu” (unidade, autenticidade, independência, autonomia, autodeterminação etc.).

Eventos atuais de corrupção, números crescentes de pessoas adoecendo, constantes brigas por poder servem para nos mostrar que talvez esteja na hora de sermos mais humildes e aceitarmos, que no espetáculo da vida, o papel principal ainda cabe à Deus, e a natureza e o próximo dividem constantemente a cena conosco.

Namastê, até a próxima!

 

Ms. Alessandra Cerri;

 sócia-diretora do centro de longevidade e atualização,  de Piracicaba (CLAP), mestre em educação física, pós-graduada em neurociência aplicada à longevidade, pós-graduanda em psicossomática 

 

 

 

 

 

SEUS PENSAMENTOS: suas rédeas


SEUS PENSAMENTOS: suas rédeas

Quantas vezes você já se viu pensando em algo que não queria e que te perturbava? Quantas vezes você ficou remoendo situações do passado ou antecipando acontecimentos futuros? Pois é, como bem disse Augusto Cury “produzir pensamentos não é um opção para o Homo sapiens, mas um processo inevitável”.

O grande problema é que muitas vezes não temos consciência do quanto esses pensamentos nos afetam e ficamos reféns das sensações desagradáveis e prejudiciais que eles nos geram e, quanto mais desejamos não pensar em certas coisas, adivinhe: mais pensaremos. Exatamente, o não para o cérebro funciona como uma espécie de reforço, ou seja, aqueles pensamentos que mais você quer fugir são, exatamente, os que te aprisionam.

A única maneira de se “bloquear” pensamentos é colocando outros mais elaborados e conscientes no lugar. Aqui ressalto a importância da palavra consciente, aspecto muito importante no gerenciamento de pensamentos. Pessoas mais conscientes são pessoas com melhor autogerenciamento, pois têm uma capacidade de perceber as emoções geradas pelos pensamentos e consequentemente reconhecer o que não faz bem e tomar atitudes que possibilitam a ressignificação desses pensamentos.

Tomada de atitude envolve o trabalho das funções executivas do cérebro executadas por uma de nossas áreas cerebrais mais nobres: nosso córtex pré frontal (CPF). Quanto mais eficiente for o trabalho dessa área mais seremos capazes de controlar nossos instintos e passamos a ser conscientes de nossas ações, ou seja, deixamos de funcionar no piloto automático.

 

Assim sendo, para administrar melhor seus pensamentos coloque sua função executiva em ação: reconheça seu pensamento, questione, critique e se identificar que eles te fazem mal, substitua-os. Exija também um alto funcionamento dessa área através da prática de exercícios de memória, raciocínio e exercícios físicos regulares, estimule seus cinco sentidos (tato, olfato, paladar, audição e visão) e pratique exercícios respiratórios e meditação.

Hoje finalizo com uma frase de Platão “O corpo humano é a carruagem. Eu, o homem que a conduz. O pensamento as rédeas. Os sentimentos, os cavalos.”

Que nós tenhamos consciência de nossos pensamentos para que nossos “cavalos” possam ser bem conduzidos e assim, nossa “carruagem” percorrerá os caminhos que nós desejarmos.

Namastê e até a próxima!!!

Ms. Alessandra Cerri; sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP) 

A FELICIDADE EM ALTO MAR

A FELICIDADE EM ALTO MAR : A importância das relações saudáveis

Felicidade

Qual o segredo da felicidade? Jean-Jacques Rousseau nos alerta: “todo homem quer ser feliz, mas para consegui-lo precisa antes compreender o que é a felicidade”.

Se pararmos para refletir, há tantas maneiras de alcançar a felicidade: constituir uma família, ter filhos, construir uma carreira, ajudar ao próximo, relembrar bons momentos, ter um estilo de vida saudável, ser independente, ter amigos, encontrar a serenidade, ter autoconhecimento, viver aventuras.

Falando em aventuras, quero aqui relatar uma experiência que tive num Cruzeiro com mulheres de 45 a 89 anos, muitas das quais aguardavam para embarcar em seu primeiro Cruzeiro, imbuídas de um sentimento de superação, de felicidade, de gratidão. Eu diria que todas estavam num estado de confiança na vida que nos permiti seguir adiante, ousar, rir, viver intensamente, saborear o presente, lidar com as adversidades em etapas, cultivar o bom humor e experenciar o novo da melhor forma possível.

Mulheres que inspiram uma determinação de quem não apenas fazem as coisas acontecerem, mas também sabem permitir que elas aconteçam em seu tempo certo. Mulheres unidas e reunidas, envolvidas em um diálogo animado e trazendo à tona a seguinte reflexão: “o que podemos fazer para sermos felizes e afastar situações que deterioram nossa saúde”? No mesmo instante, uma das mulheres respondeu: “olhem ao nosso redor, apreciem o belo, a imensidão do mar, o céu azul, a brisa que toca nossa face com suavidade, o por do sol, o sorriso estampado no rosto de cada uma de nós, a magia e cumplicidade da amizade feminina, estamos em alto mar, vamos aproveitar e agradecer a vida”!

Apesar da capacidade que temos de viver o presente e apreciar o belo, importante destacar as reflexões de Matthieu Ricard em seu livro: Felicidade: a prática do bem estar. Prossegue o mesmo: “a felicidade não pode ser limitar a algumas sensações agradáveis, a um intenso prazer, a uma erupção de alegria ou a um efêmero sentimento de serenidade, a um dia animado ou a um momento mágico que passa por nós no labirinto da existência.” O respectivo autor nos alerta que essas facetas não são suficientes para caracterizar a verdadeira felicidade, pois esta é a profunda sensação de florescer que surge em uma mente sadia. A felicidade para Matthieu Ricard é “um excelente estado de ser” é também, “uma maneira de interpretar o mundo, pois, se às vezes pode ser difícil transformá-lo, sempre é possível mudar a maneira de vê-lo”.

Várias pesquisas indicam que de fato, podemos reduzir a depressão e aumentar a felicidade, mudando de forma proposital os nossos padrões de pensamentos, algo que requer disciplina, persistência e atenção. A revista Veja de 14/02/2018, traz uma importante reflexão sobre a felicidade, e demonstra que a felicidade duradoura é possível sim. Cientistas vêm pesquisando a luz da neurociência e psicologia a influência da genética e do meio ambiente na felicidade das pessoas. A genética determina 50% da propensão do ser humano para ser feliz. Os 50% restantes vem de fatores externos. A pesquisadora Sonja Lyubomirsky, divide os 50% dos fatores externos da seguinte forma: 8% a 15% dependem de fatores sobre os quais não temos controle total, como o casamento, filhos, trabalho e dinheiro. Os demais fatores externos estão relacionados à FORMA COMO ENCARAMOS O QUE A VIDA NOS APRESENTA e o ambiente e tipos de experiências que buscamos.

Um fator em comum entre os indivíduos felizes, de acordo com a pesquisa da Universidade de Harvard, é a qualidade das relações sociais, sejam elas familiares, amorosas, ou de amizade. Portanto, podemos constatar que as mulheres presentes no Cruzeiro, como descrito no início do respectivo artigo, estão no caminho certo ao refletirem: “O SORRISO ESTAMPADO NO ROSTO DE CADA UMA DE NÓS, A MAGIA E CUMPLICIDADE DA AMIZADE FEMININA”. A palavra feminina está destacada aqui, porque no referido Cruzeiro, no diálogo citado, havia somente mulheres.

E você, caro leitor, qual o caminho que está trilhando para SER FELIZ?

Maristela Negri Marrano

Sócia Diretora do CLAP – Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba.

maristela@centroclap.com.br

Um novo olhar

Um novo olhar:

A Vida é bela…a Velhice é bela. Dicas para conquistar uma velhice bonita.

 

Ana Cintra conta que seu filho pequeno, com a curiosidade de quem ouviu uma nova palavra, mas ainda não entendeu seu significado, perguntou-lhe: – Mamãe, o que é velhice? Na fração de segundo antes da resposta, Ana fez uma verdadeira viagem ao passado. Lembrou-se dos momentos de luta, das dificuldades, das decepções. Sentiu todo o peso da idade e da responsabilidade em seus ombros. Tornou a olhar para o filho que, sorrindo, aguardava uma resposta. – Olhe para meu rosto, filho. Isto é a velhice. E imaginou o garoto vendo as rugas e a tristeza em seus olhos. Qual não foi sua surpresa quando, depois de alguns instantes, o menino

respondeu: – Mamãe! Como a velhice é bonita!

Junto à história de Ana Cintra, estava a música de Gonzaguinha “Feliz”:

“Viver, e não ter a vergonha de ser feliz […] a beleza de ser um eterno aprendiz […] eu sei que a vida podia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita é bonita, é bonita e é bonita”. Pois bem, os artistas nos revelam: A velhice é bonita. A vida é bonita. Portanto, envelhecer é belo, porque envelhecer é viver, viver é envelhecer, tanto que só pode envelhecer quem está vivo. Viver é construir história, trilhar caminhos possíveis, pois somos constantemente desafiados pela vida. A vida é dinâmica, um processo contínuo de modificações.

Pois bem, como encaramos essas modificações? Como encaramos nosso envelhecimento? Qual o significado que atribuímos ao processo de envelhecer? Será que envelhecer significa olhar-se no espelho e perceber nossos cabelos brancos, nossa pele enrugada? Relaciona-se a ideia de perdas, desuso, inutilidade, doenças? Ou envelhecer significa amadurecimento, acúmulo de experiências, sabedoria, tranquilidade, prazer em viver, com sonhos, desejos, projetos? E ainda, será que envelhecer está apenas nas oposições entre positivo e negativo, ganhos e perdas?

Trata-se de um fenômeno que faz parte do ciclo natural da vida, configurando-se, porém, como um processo complexo, heterogêneo, multifacetado, em que cada pessoa vivencia essa fase da vida de uma forma que envolve perdas e ganhos, encantos e desencantos, os quais são intensificados conforme fatores internos e externos, considerando sua história particular, a estrutura social e cultural onde o sujeito está inserido.

Envelhecer diz respeito à existência humana na complexidade das dimensões física, psicológica, social, econômica, histórica e cultural, desta forma, cada um de nós transmite um significado pessoal e particular deste fenômeno.

Trabalho e tenho desenvolvido pesquisas com pessoas deste segmento etário e constatei que estão rejeitando os estereótipos e preconceitos sobre a velhice. Estão empenhados em criar novas possibilidades e significados para o envelhecimento. Esta fase da vida tem sido vista como um período com potencial para o crescimento, um tempo para fazer planos e ir em busca de suas concretizações, um tempo para explorações pessoais, enfim, um tempo para viver e ser feliz, assim como reflete sabiamente a música de Almir Sater e Renato Teixeira, “Tocando em frente”: […]Penso que cumprir a vida seja simplesmente/compreender a marcha e ir tocando em frente/[…]cada um de nós compõe a sua história/e cada ser em si carrega o dom de ser capaz/e ser feliz […].

Durante nossa convivência com os idosos podemos perceber a vida presente, vivida com intensidade, com prazer. Corroborando com nossas experiências, resgatamos Marrano (2006) e Mirian Goldenberg (2014) ao nos relatarem as ideias mais importantes para conquistar uma velhice bonita.

Dicas para conquistar uma velhice bonita:

  1. Ter um projeto de vida: um projeto para o bem viver, com metas, sentido de direção, o qual pode se determinado desde a infância e também pode ser construído nas diferentes fases da vida. Como quero viver e envelhecer? “Não importa o que a vida fez com você, mas sim o que você faz com o que a vida fez com você”.
  2. Buscar o significado da existência: as pessoas estão sempre à procura de um sentido para viver; próprio de cada indivíduo. Podemos encontrar esse significado de diversas maneiras, seja na família, no trabalho, no amor, na compaixão, na amizade e também na atitude que se tem nas adversidades da vida.
  3. Conquistar e valorizar a liberdade: Muitos idosos afirmam que conquistaram a liberdade de ir e vir, fazer e não fazer, e de ser “eles mesmos”, com suas próprias escolhas. Deixaram de se preocupar com a opinião dos outros e resgataram e valorizaram mais suas próprias vontades e desejos.
  4. Almejar a felicidade: para Sócrates o segredo da sua felicidade, estava no fato de ele próprio, por sua própria vontade, ter escolhido e criado a forma de vida que ele viveu. A felicidade está na possibilidade de ser criada, plenamente, por cada um de nós.
  5. Cultivar a amizade: amigas (os) são parte da “família escolhida”, não obrigatória. Podemos contar com as amigas (os) para dar risada, sair, conversar, nos ajudar, nos acolher.
  6. Viver o presente: viver o aqui e agora, com suas vontades, desejos, escolhas, priorizando a saúde, o bem-estar, os pequenos prazeres. Usar o tempo presente por escolha e não mais por obrigação.
  7. Aprender a dizer não: o não é a palavra que representa a recusa em assumir os papéis impostos pela sociedade. Dizer não é um processo contínuo de escolhas e libertação.
  8. Superar os medos: o medo da velhice, da doença, da dependência, da morte. Entender que envelhecer e morrer constituem o processo natural da vida. É preciso que tenhamos consciência, vontade, disciplina para que façamos escolhas ao longo da vida que contribuam para se viver da melhor maneira possível.
  9. Aceitar a própria idade e as transformações corporais: Entender e aceitar os processos de transformações corporais, sociais, afetivas, cognitivas e compreender que a passagem do tempo trás consigo, perdas e ganhos, encantos e desencantos. Diante esse fato, procurar equilibrar nossas potencialidades e nossas limitações, em diferentes graus de eficácia, nessa fase da vida.

Sabemos das inúmeras dificuldades que passam muitos idosos, discriminações, preconceitos, muitos autores, como afirma Goldenberg (2014), já escreveram sobre isso. Portanto, tivemos como objetivo neste texto, resgatar caminhos para que possamos chegar à última fase da vida de uma maneira mais digna, mais feliz, como nos alerta Mirian Goldenberg “meu objetivo é descobrir os passos necessários para construir a minha própria bela velhice” e assim podermos compartilhar com todos, onde, na medida do possível, possamos viver saudáveis e felizes.

 

Maristela Negri Marrano

 

Bibliografia de apoio:

COELHO, Paulo; SOUZA, Maurício. O Gênio e as Rosas e outros contos. São Paulo: Globo, 2004.

GOLDENBERG, Mirian. A bela velhice. 4ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2014.

MARRANO, N.O. Maristela. Corporeidade Idosa: o significado do envelhecer no discurso dos idosos da comunidade tirolo-trentina. Piracicaba: UNIMEP, 2006.

Aprofundar o conhecimento da vida

Aprofundar o conhecimento da vida

Quem sou, de onde venho, para onde vou?

 

 

Aprofundar o conhecimento da vida, maior relacionamento com Deus e com as pessoas, reflexões que estão relacionadas à condição humana, à inquietude com as perguntas fundamentais da vida: quem sou, de onde venho, para onde vou? Victor Frankl, nos alerta para o fato de que a principal motivação do ser humano está em encontrar o propósito e o sentido da existência humana, o significado de sua vida. Será que já sabemos o nosso?

Maristela Negri Marrano

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